Andrés Barba, eleito pela revista Granta como um dos melhores ficcionistas de língua
espanhola da sua geração, volta a ser publicado em Portugal com Na Presença de
Um Palhaço (Elsinore l 192 pp l 15,49€). No seu mais recente romance, Barba
reforça o seu «mundo de intenções perfeitamente fechado e uma mestria rara na
sua idade», que surpreendeu Mario Vargas Llosa.
O
cientista Marcos Trelles prepara-se para publicar um artigo numa importante
revista da especialidade, mas terá de anexar uma curta biografia de trezentas
palavras. Nas duas semanas de que dispõe para a escrever, viaja com a esposa
até à casa da sogra, falecida um ano antes, para resolver de vez o problema da
herança.
Na
mesma altura, regressa a Espanha Abel, o cunhado, que pretende vender a casa da
mãe e desfazer-se da última coisa que o liga ao país onde nasceu. Célebre
comediante já reformado, foi ele quem, anos antes, empreendeu uma campanha
política que elegesse um manequim para o Congresso, como forma de desmascarar o
teatro político que nos subjuga.
Quem
sou eu? Esta interrogação desafia Marcos a encontrar, no caos do nosso
quotidiano de austeridade e desemprego, uma possibilidade de ordem dentro de
sim, mas igualmente dentro de um país despedaçado. Neste romance, a prosa limpa de Andrés Barba esconde a
navalha com que se escalpeliza o espetáculo da política.
Na
Presença de Um Palhaço junta-se assim aos títulos Elsinore na procura de
títulos de excelência e de autores que é urgente descobrir. Ao longo de 2015, a
20|20 Editora continuará a apresentar a sua nova chancela com o lançamento de
mais títulos, cada um deles sem fronteiras de género, região ou época.
Nascido
em Madrid em 1975, foi professor de Espanhol para estrangeiros na Universidade
Complutense de Madrid e é hoje formador de escrita criativa. É reconhecido como
tradutor, tendo trabalhado autores como Joseph Conrad, Henry James e F. Scott
Fitzgerald, além do romance Moby Dick, de Herman Melville.
Estreou-se
na ficção com o aclamado romance La hermana de Katia, finalista do Prémio
Herralde de Romance e adaptado ao cinema por Mijke de Jong. Seguiram-se, entre
outros, Ahora tocad música de baile, Versiones de Teresa (Prémio Torrente
Ballester), a recolha de novelas La recta intención, o ensaio La ceremonia del
porno (em coautoria com Javier Montes, Prémio Anagrama de Ensaio), Muerte de un
caballo (Prémio Juan March) e As Mãos Pequenas, editado em Portugal pela
Minotauro.
Foi
eleito pela revista Granta um dos melhores ficcionistas de língua espanhola da
sua geração.
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