Título: Arquipélago
Autor: Joel Neto
Editora: Marcador
Nº de Páginas: 460
PVP: 18,95€
À Venda A Partir De 20 De Maio
No último paraíso do Planeta, a meio caminho entre o
Velho e o Novo Mundo, as ventanias preparam a sua ofensiva. Ardem vulcões e
terramotos, e é contra a morte que o povo dos Açores festeja, eufórico, como se
em todo o caso o fim estivesse próximo. De regresso às ilhas após trinta e
cinco anos de ausência, José Artur Drumonde colecciona afectos e perplexidades.
Há Elias Mão-de-Ferro, um velho endurecido pela vida no
mato e pela culpa. Há Maria Rosa, uma pequena maria-rapaz, loira como só aos oito
anos, conhecedora das raças de vaca e da natureza humana. Há Cabrinha,
taberneiro e manipulador da consciência coletiva; há La Salete, a sua filha
cozinheira e sábia; há Luísa Bretão, mulher de beleza e silêncios, a quem o
regressado demorará tempo de mais a declarar-se.
A sua viagem não é a de um vencedor. Com a carreira na
universidade onde ensina em risco, José Artur voltou em busca de vestígios da
Atlântida, a utopia há tanto procurada por arqueólogos e historiadores, e
provavelmente também da memória de José Guilherme, o avô de cuja vida de adulto
a sua própria existência fora, décadas antes, uma reprodução em ponto pequeno.
A terra não treme sob os seus pés: nem o maior o
terramoto o seu corpo será capaz detectar, no que constituirá o mais evidente
sinal da incompletude da sua pessoa. Na autenticidade da vida do campo, na
repetição dos gestos dos seus antepassados – aí se encontrará, talvez, a redenção.
Mas as entranhas da velha casa familiar escondem um
segredo: os ossos de Elisabete, a criança desprovida de um braço e dotada de
força sobre-humana cujo desaparecimento, quase quarenta anos antes, coincidira
com o fim da sua própria infância.
JOEL NETO passou 20 anos em Lisboa e vive agora no lugar
dos Dois Caminhos, na ilha Terceira, onde tem um cão, um jardim de azáleas e
uma horta. Nasceu em Angra do Heroísmo, em 1974, e editou, entre outros, «Os Sítios
Sem Resposta» (romance), «O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas» (contos) e «Banda
Sonora Para um Regresso a Casa» (crónicas). É autor de várias colunas dispersas
pela imprensa nacional, nomeadamente a série de relatos «A Vida no Campo»,
publicada de segunda a sexta-feira no Diário de Notícias.
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