15/10/2013

[Sextante Editora]Novidade "A casa de Matriona seguido de Incidente na estação de Kotchetovka",de Aleksandr Soljenítsin

Título: A casa de Matriona seguido de Incidente na estação de Kotchetovka
Autor: Aleksandr Soljenítsin
Tradutor: António Pescada
Págs.: 152
PVP: € 15,50

Novo livro do autor é publicado a 25 de outubro
A casa de Matriona seguido de Incidente na estação de Kotchetovka é o título do novo livro de Aleksandr Soljenítsin, que a Sextante Editora publica 25 de outubro. Pela primeira vez traduzido diretamente do russo, este livro é composto por duas novelas sobre episódios reais, publicadas originalmente em revistas russas no período do degelo após a morte de Estaline. Nas notas do autor presentes no livro, é dado a conhecer, ainda, que A casa de Matriona foi o primeiro trabalho do autor a sofrer ataques da imprensa soviética. Vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1970, Soljenítsin é um marco da literatura russa do século XX, de quem a Sextante Editora publicou já o romance Um dia na vida de Ivan Deníssovitch.



A casa de Matriona é não só uma das mais belas obras de Soljenítsin como também uma das que mais influenciaram a literatura russa. Velha camponesa reformada, Matriona esconde um coração puro e uma alma justa. Sempre pronta a ajudar apesar da miséria em que vive, ela acolhe em sua casa o narrador, um professor regressado do Gulag que vai encontrar nessa casa a Rússia profunda, ainda impregnada de cristianismo. A tragédia entra no relato com a chegada do cunhado de Matriona, um velho ganancioso que tinha sido seu namorado…
Relato de grande lirismo popular, esta novela marcou o início da procura das raízes russas destruídas pela revolução. Em Incidente na estação de Kotchetovka, o tenente Zotov, em plena Segunda Guerra Mundial, vê surgir, por entre comboios de soldados selvagens, um homem afável, à civil, que perdeu os seus papéis militares. Zotov é conquistado pelas suas boas maneiras. Mas, pouco a pouco, a dúvida insinua-se…



Aleksandr Soljenítsin (1918-2008) combateu na Segunda Guerra Mundial e esteve preso e internado em campos de trabalho forçado de 1945 a 1953, após críticas privadas a Estaline. Ilibado na sequência da «abertura» criada pelo famoso discurso de Krutchev denunciando os crimes estalinistas, foi professor e iniciou o seu percurso de escritor nos anos 50. Um dia na vida de Ivan Deníssovitch, classificado por Aleksandr Tvardovski, seu editor na revista Novy Mir, em 1962, como um «clássico», teve a sua publicação expressamente autorizada por Krutchev e foi estudado nas escolas. Mas a vida de escritor de Soljenítsin viria a ser atribulada e reprimida na sequência da recusa pela União dos Escritores da publicação de Pavilhão de cancerosos e da atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1970. Foi expulso da União Soviética em 1974, vivendo na Suíça, em França e nos Estados Unidos até à queda do Muro de Berlim, após o que regressou a Moscovo, em 1994, sendo recebido triunfalmente. As suas obras marcaram indelevelmente a literatura russa do século XX, inserindo-se na grande tradição narrativa de nomes como Tchekov, Tolstoi e Dostoievski



Sou um daqueles que a leitura de Soljenítsin lentamente e profundamente transformou: é um dever confessá-lo.
Philippe Sollers

Haverá na História um antes e um depois do surgimento fabuloso da voz, da escrita de Soljenítsin.
Jorge Semprún

Pela imensidão do testemunho, o rigor da arquitetura, o fôlego épico, a riqueza da emoção, a força da ironia, Soljenítsin impôs-nos a sua marca.
Georges Nivat

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