Título:
A casa de Matriona seguido de Incidente na estação de Kotchetovka
Autor:
Aleksandr Soljenítsin
Tradutor:
António Pescada
Págs.:
152
PVP:
€ 15,50
Novo
livro do autor é publicado a 25 de outubro
A
casa de Matriona seguido de Incidente na estação de Kotchetovka é o título do
novo livro de Aleksandr Soljenítsin, que a Sextante Editora publica 25 de
outubro. Pela primeira vez traduzido diretamente do russo, este livro é
composto por duas novelas sobre episódios reais, publicadas originalmente em
revistas russas no período do degelo após a morte de Estaline. Nas notas do autor
presentes no livro, é dado a conhecer, ainda, que A casa de Matriona foi o
primeiro trabalho do autor a sofrer ataques da imprensa soviética. Vencedor do
Prémio Nobel da Literatura em 1970, Soljenítsin é um marco da literatura russa
do século XX, de quem a Sextante Editora publicou já o romance Um dia na vida
de Ivan Deníssovitch.
A
casa de Matriona é não só uma das mais belas obras de Soljenítsin como também
uma das que mais influenciaram a literatura russa. Velha camponesa reformada,
Matriona esconde um coração puro e uma alma justa. Sempre pronta a ajudar
apesar da miséria em que vive, ela acolhe em sua casa o narrador, um professor
regressado do Gulag que vai encontrar nessa casa a Rússia profunda, ainda
impregnada de cristianismo. A tragédia entra no relato com a chegada do cunhado
de Matriona, um velho ganancioso que tinha sido seu namorado…
Relato
de grande lirismo popular, esta novela marcou o início da procura das raízes
russas destruídas pela revolução. Em Incidente na estação de Kotchetovka, o
tenente Zotov, em plena Segunda Guerra Mundial, vê surgir, por entre comboios
de soldados selvagens, um homem afável, à civil, que perdeu os seus papéis militares.
Zotov é conquistado pelas suas boas maneiras. Mas, pouco a pouco, a dúvida
insinua-se…
Aleksandr
Soljenítsin (1918-2008) combateu na Segunda Guerra Mundial e esteve preso e
internado em campos de trabalho forçado de 1945 a 1953, após críticas privadas
a Estaline. Ilibado na sequência da «abertura» criada pelo famoso discurso de
Krutchev denunciando os crimes estalinistas, foi professor e iniciou o seu
percurso de escritor nos anos 50. Um dia na vida de Ivan Deníssovitch,
classificado por Aleksandr Tvardovski, seu editor na revista Novy Mir, em 1962,
como um «clássico», teve a sua publicação expressamente autorizada por Krutchev
e foi estudado nas escolas. Mas a vida de escritor de Soljenítsin viria a ser
atribulada e reprimida na sequência da recusa pela União dos Escritores da
publicação de Pavilhão de cancerosos e da atribuição do Prémio Nobel da
Literatura em 1970. Foi expulso da União Soviética em 1974, vivendo na Suíça,
em França e nos Estados Unidos até à queda do Muro de Berlim, após o que
regressou a Moscovo, em 1994, sendo recebido triunfalmente. As suas obras
marcaram indelevelmente a literatura russa do século XX, inserindo-se na grande
tradição narrativa de nomes como Tchekov, Tolstoi e Dostoievski
Sou
um daqueles que a leitura de Soljenítsin lentamente e profundamente
transformou: é um dever confessá-lo.
Philippe
Sollers
Haverá
na História um antes e um depois do surgimento fabuloso da voz, da escrita de
Soljenítsin.
Jorge
Semprún
Pela
imensidão do testemunho, o rigor da arquitetura, o fôlego épico, a riqueza da
emoção, a força da ironia, Soljenítsin impôs-nos a sua marca.
Georges Nivat
Georges Nivat
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