Título:
Casas Pardas
Autor:
Maria Velho da Costa
Prefácio:
Manuel Gusmão
N.º
de Páginas: 456
Formato:
14,5 x 20,5 cm
Acabamento:
brochado
PVP:
19,90 €
A
obra maior de Maria Velho da Costa
Assírio
& Alvim publica Casas Pardas a 30 de agosto
Casas
Pardas cartografa Lisboa no final dos anos sessenta, em plena agonia do regime
salazarista: crise política e social, rumores das guerras coloniais e dos
tumultos estudantis. O Portugal pardacento à espera do terramoto que virá em
1974, enquanto se escreve o caos afetivo em comunidade, por dentro das casas do
amor e desamor de Elisa, Mary, Elvira e companhia. Mas Casas Pardas é acima de
tudo a casa da língua portuguesa e dos seus vários linguajares, aqui em
jubiloso processo de miscigenação com outras falas do mundo, através do grande
virtuosismo da escrita de Maria Velho da Costa.
Deste
romance fala-nos também Mário de Carvalho: «Casas Pardas é um maravilhoso
torvelinho de linguagens, uma evocação concreta e exata de comportamentos
sociais de várias classes no final do fascismo, uma revisitação dos lugares da
literatura e da poesia (também nas suas vertentes populares), uma polifonia de
falas genialmente captadas, uma subversão endiabrada dos processos narrativos e
uma prática de jogos de linguagem que lembram o barroco, mas também os grandes
efabuladores do século XVIII, como Fielding ou Sterne. A ironia e a réplica
acerada pairam em todo o romance, repartido em várias "casas",
pluralidade de focos que centram uma escrita em que passado e presente, a
concretude do quotidiano mais trivial, mas também a citação literária de vários
graus, ou mesmo a toada infantil, a reflexão às vezes iluminada, de envolto com
o paradoxo e a paródia, nos desafiam página a página.»
Casas
Pardas esteve recentemente em cena no Teatro Nacional de São João, no Porto,
com adaptação e dramaturgia de Luísa Costa Gomes e encenação de Nuno Carinhas.
Prémio Camões 2002, Maria Velho da Costa (n. 1938) é licenciada em Filologia
Germânica pela Universidade de Lisboa. Foi leitora do King's College em
Londres, presidente da Associação Portuguesa de Escritores e adida cultural em
Cabo Verde. Ficcionista, ensaísta e dramaturga é co-autora com Maria Isabel
Barreno e Maria Teresa Horta de Novas Cartas Portuguesas. A sua escrita situa-se
numa linha de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura
portuguesa nos anos 60 e, como afirmou Eduardo Lourenço, é «de um virtuosismo
sem exemplo entre nós».
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