Titulo:
As Cinquenta Baboseiras de Toni
Autor:
Rossella Calabrò
O senhor Grey é lindo, rico, sensível, misterioso e sexy. E é o protagonista do
fenómeno literário do ano: a trilogia As Cinquenta Sombras de Grey. Há só um problemazinho, este senhor Grey não existe.
E o
Toni? O Toni claro que existe. Onde o Grey conversa garbosamente com a amada, o
Toni recita o alfabeto inteiro arrotando. Quando o senhor Grey assume o
comando, o Toni pega no comando. Se o senhor Grey toca de forma magistral
piano, o Toni fica escarrapachado no sofá. O Toni, em suma, é o nosso
companheiro/marido/amante, com quem nos encontramos à frente no exacto momento
em que paramos de sonhar acordadas com o fatal Grey literário. Menos
fascinante, mas muito mais divertido e com pelo menos cinquenta razões narradas
neste livro hilariante. O Toni esconde-se dentro de T-shirts decoradas a
gordura (de carne assada), e em vez da leitura refinada, prefere o último
número do jornal A Bola. Bem, há qualquer coisa que falta ao senhor Grey: ser
amado por provocar um sorriso. Por isso, se depois de lermos de um só fôlego a
trilogia de E. L. James, nos perguntarmos quem é o exemplar de homem que
ressona alto ao nosso lado, este é o livro certo para descobrir. E o mais
importante, para rir. Porque, afinal, o riso é a coisa mais erótica que existe.
Este livro foi uma caixinha de surpresas! Apesar do que já tinha lido pela
blogosfera acerca do seu conteúdo não pensei que teria de parar tantas vezes de
ler só para soltar uma enorme gargalhada.
O seu título não poderia ser melhor e
as comparações para com a trilogia das Cinquenta Sombras de Grey tornam a obra irresistível.
Este livro acabou por se tornar um pouco como aquele que critica, devido às
enormes contrastes daquilo que retracta. Enquanto Christian Grey é retratado
como um homem rico, charmoso, controlador, Toni faz-me lembrar, de uma forma
exagerada e virada para a negatividade, o homem português. Ele acaba por ser
tudo o que Christian não é, ele é pobre, rude, mandão e, talvez esta seja a única
semelhança para com o outro, por vezes um pouco controlador.
As
situações escolhidas acabaram por ser perfeitas, mostrando cenas que vão
acontecendo ao longo da vida de cada um, mas de forma a mostrar ao leitor que
não existe nem o homem nem a situação perfeita. O que leva a pensar que devemos
aproveitar o aqui e o agora e não procurar a perfeição em todo o lado, pois
esta está apenas nos pequenos detalhes daquilo que vivemos.
Um
livro perfeito para descontrair e aliviar um pouco as dificuldades do dia-a-dia.
A autora criou uma obra fantástica e que não deixa ninguém indiferente, sejam
ou não fans da trilogia mais falada de sempre.
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