Título:
Revolução Paraíso
Autor:
Paulo M. Morais
N. Páginas:
360
Capa:
mole
PVP:
16,60 €
Liberdade
e revolta no pós-25 de abril
Revolução
Paraíso é o romance de estreia de Paulo M. Morais
Todos
os anos, a Porto Editora recebe milhares de originais, de autores em busca de
uma primeira publicação. Em 2012, depois de vários anos a escrever para a
gaveta, o jornalista Paulo M. Morais foi um dos que procuraram uma
oportunidade. Em 2013, a 18 de abril, e depois das inerentes alegrias prévias,
chega o momento aguardado: o romance Revolução Paraíso, uma obra sobre a
liberdade e a revolta no pós-25 de abril, fica disponível nas livrarias, com
chancela da Porto Editora.
A
aposta neste novo autor português deu-se em função da qualidade e da
pertinência da escrita de Paulo M. Morais. Alternando realidade e ficção, este
é romance que transporta o leitor para os agitados dias da pós-revolução: o retrato
de um país que, entre o PREC e as eleições livres, procura um novo rumo.
Revolução
Paraíso é apresentado no dia 19 de abril, na FNAC Chiado, às 18:30.
Enquanto
nas ruas se decide o futuro de um país, na tipografia de Adamantino Teopisto
vive-se um misto de enredo queirosiano, suspense de um policial e ternura de
uma novela: com sabotagens, amores proibidos e cabeças a prémio; tudo num
ambiente de revolução apaixonado. O rebuliço generalizado tem repercussões no
alinhamento do jornal e no dia a dia das gentes de São Paulo e do Cais do
Sodré. A revolução é o tópico das conversas nas tascas, nas ruas, no prédio da
Gazela Atlântica, contribuindo para o exacerbar das tensões latentes entre o
patrão Adamantino e os funcionários. A vivacidade de uma estagiária, as
manigâncias de um ex-PIDE foragido, os comentários de um taberneiro e as
intromissões de um proxeneta e de uma prostituta agravam ainda mais a desordem
ameaçadora que paira no ar. Nada foi igual na vida dos portugueses após a
Revolução dos Cravos. Nada foi igual na vida da “família” Gazela Atlântica após
o 25 de Abril.
EXCERTO
«Adamantino
Teopisto e César Precatado adoravam-se e odiavam-se como só acontece nas
amizades extraordinárias. Facilmente evoluíam do elogio à injúria, do gracejo
ao amuo, do companheirismo ao distanciamento. Mas, no fim, havia sempre um
retorno como se as suas almas e existências terrenas fossem inseparáveis. Vinha
de Moçambique a instituição, fácil e veloz, daquela intimidade enlaçada por referências
e citações retiradas das obras de Eça de Queiroz. A camaradagem entre os dois
chegava a ofender quem ocupava o mesmo espaço; eles consideravam-se de uma
dimensão superior, com direito de admissão reservado apenas aos detentores da
senha. Mas se havia realmente senha, mais ninguém a conhecia. Frequentemente,
as conversas entre Adamantino e César acabavam em brindes e exultações,
assinaladas com gritos de «hurra!», face à conivência de ideias e à partilha de
crenças. Igualmente casmurros, também prodigalizavam em arrelias. Ao
encontrarem um assunto separatista, entrincheiravam-se em frentes de batalha
opostas. A primeira fase da ofensiva costumava ser cavalheiresca, por
apreciarem o confronto ideológico feito com as armas da argumentação. Porém, o
debate honrado facilmente descambava numa guerra desenfreada, onde os excessos
de linguagem eram arremessados como obuses. Adamantino, mais fervoroso,
enfurecia-se com a aparente calma de César; o revisor raramente desatava a
expressão estática do rosto. Mas qualquer um deles, ao seu estilo, era capaz de
libertar uma saraivada de impropérios antiquados.»
Paulo
M. Morais, nascido em 1972, cresceu nos arredores de Lisboa entre jogatanas de
futebol, livros de aventuras e matinés de filmes clássicos. Licenciado em
Jornalismo, trabalha em imprensa e multimédia. Fez crítica de cinema;
especializou-se em gastronomia e viagens. Em 2006, de mochila às costas, deu a
volta ao mundo. Nos últimos anos, além de escrever ficção, tem-se dedicado a
conhecer e a divulgar o arquipélago dos Açores. Tem uma filha e já plantou um
pessegueiro em Trás-os-Montes. Revolução Paraíso é o seu primeiro romance
publicado.
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