Um novo
ano começou e com ele veio também a primeira entrevista do ano. Muitos de vós
conhece Marissa Meyer através do seu livro publicado à poucos meses pela
Planeta, “Cinder” chegou a Portugal e já deixou os seus leitores
apaixonados. Algo que talvez vos surpreenda é que Marissa é também autora de
algumas fanfics que se encontram no site fanfiction.net usando o pseudónimo Alicia
Blade. Eu própria não conhecia este facto, descobri isto quando comecei a
pesquisar acerca da autora para a realização desta entrevista.
Quero agradecer à autora pela sua disponibilidade e simpatia na realização desta entrevista. Espero
sinceramente que gostem e que deixem os vossos comentários.
Marissa
Meyer vive em Tacoma, Washington, na companhia do marido e de dois gatos. É fã
de coisas bizarras, como Sailor Moon ou Firefly e organiza a biblioteca por
cores. Desde criança que é apaixonada por contos de fadas, um mundo que não
tenciona abandonar. Pode ser que seja cyborg, ou talvez não. Cinder é o seu
primeiro romance
In Wook.pt
1. – A maioria
dos leitores conhece a Marissa como sendo a autora da série «The Lunar
Chronicles», mas o que nos pode contar acerca de si e do seu dia-a-dia?
R: Escrever preenche a
minha vida há tanto tempo que se torna difícil dividir a autora da pessoa.
Claro que a maioria dos meus dias são passados a escrever, a ler ou a fazer
coisas que ajudem na promoção dos meus livros, como por exemplo participar em
eventos, blogging, ou responder a
entrevistas como esta. J Tento equilibrar tudo
isso com outras coisas que me fazem feliz e me deixam relaxada, como passar
algum tempo com os meus amigos e família, cozinhar, ver filmes com o meu
marido, massagens e pedicures, etc.
2 – Como e quando
descobriu o seu gosto pela escrita?
R: Sempre adorei ler e
quando era pequena, tinha uma imaginação muito fértil. Assim que me apercebi
que os livros que tanto adorava eram escritos por pessoas reais que até eram
pagos para o fazer, soube que era isso que queria fazer com a minha vida.
Imaginava os autores como pessoas misteriosas que usavam o pijama durante todo
o dia e que escreviam em quartos aconchegantes e cheios de livros – isto quando
não tinham editores e publicistas que os levavam a jantar, claro. Naturalmente,
a fantasia tornou-se quase realidade (costumo trabalhar em pijama).
R: Houve partes difíceis e partes fáceis. Quando a
escrita está a correr bem tudo é muito divertido e adorei Cinder e a sua
história desde que esta apareceu na minha cabeça. Mas saber que é o primeiro
livro de uma série acabou por ser um desafio ao desenvolver um mundo e
personagens necessárias para preencher toda a série e, ao mesmo tempo, ter a
certeza de que estava a preparar a fundação para os próximos livros e ainda
mantinha a história de Cinder divertida e excitante. Acabei por trabalhar o
enredo várias vezes até estar funcional.
4 – Alguma vez sonhou em publicar os seus livros?
R: Todos os dias da minha vida
5 – Como se sentiu quando se tornou autora de um bestseller?
R: Maravilhada. Ainda nem consigo acreditar!
Sinto-me incrivelmente sortuda por ter uma editor disponível para promover
estes livros e leitores que se apaixonaram tanto como eu pela história de
Cinder.
6 – Como faz a pesquisa para os seus livros?
R: Eu diria que 70% da minha pesquisa é feita a
partir da internet. Costumo passar muito tempo há procura de factos diversos
para inserir na história ( como os tipos de plantas que costumam nascer em
certo país e em determinada altura do ano) ou então a procurar fotos para usar
como inspiração ou para descrições. Mas também leio vários livros sobre
estrutura e cenários, sobre contos de fadas, cyborgs, naves espaciais e a lua,
tudo o que me ajude a ter uma maior compreensão acerca do mundo que estou a
tentar criar.
7 – Tenho de confessar que, ao mesmo tempo que lia Cinder, ia revendo várias das suas
personagens como figuras do anime Sailor
Moon. Cinder como a Princesa Serenidade, Kai como o Príncipe Endymion e a
Rainha Levana como a Rainha Nehelenia. Quando, no fim, vi mencionado o nome do
anime, apercebi-me de que não estava de todo errada. Foi complicado transportar
as personagens de Sailor Moon para
este novo mundo? Era esta a sua ideia desde o início?
R: Ah! Tenho de admitir que estou muito satisfeita
com esta questão. Sem dúvida que a minha antiga relação com a Sailor Moon me influenciou em algumas
partes da criação do mundo de Cinder, como é o caso da Princesa da Lua que se
encontra perdida, mas nunca pensei nela como uma extensão da Sailor Moon ou sequer tentei recriar
essas personagens. Vejo-os como sendo inteiramente diferentes. Mas se Cinder
fosse baseada numa das navegantes, penso que teria mais em comum com a
Navegante de Júpiter do que com a Navegante da Lua.
8 – Uma das minhas personagens favoritas foi Iko,
achei-a tão engraçada. Será que a iremos voltar a ver nos próximos livros?
R: Obrigada, eu também adoro a Iko. Não quero contar
muito, mas sim, ela irá voltar nos próximos livros.
9 – Li algumas das suas fanfics de Sailor Moon,
as minhas favoritas são “Royal Flush”, “Catch me if I fall” e “April Fools”.
Continua a escrever fanfics da
Sailormoon para o site fanfiction.net?
R: Uou, essas são escolhas muito antigas.
Normalmente, as minhas fanfics mais
recentes como “The House on Thornrose Lane” são consideradas grandes favoritas.
:D Embora adore que os meus leitores continuem a gostar das minhas histórias e
continue a planear deixá-las no site ff.net para novos leitores as descobrirem,
não creio que vá escrever novas fanfics
no futuro. Estou a divertir-me imenso com o meu próprio mundo e as minhas
próprias personagens. E também é muito bom ser-se pago por isso.
10 – Tem alguma mensagem especial para os seus
leitores portugueses?
R: Apenas quero dizer que estou muito entusiasmada
por Cinder estar disponível no vosso
pais, e espero, sinceramente, que continuem a gostar da série ao mesmo tempo
que esta se vai desenvolvendo.
11 – Tem algum conselho para aqueles que querem
seguir a carreira de autores?
R: Escrevam a história que querem escrever e não a
história que pensam que irá vender ou tornar-vos famosos. Leiam livros
especializados. Sejam pacientes. Sonhem acordados o tempo todo. E nunca se
esqueçam que estão a escrever porque o adoram fazer.
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