Olá
a todos!
Hoje
trago-vos uma entrevista muito especial. Quem me conhece tem conhecimento que
sou fanática pela serie “The Vampire Diaries” e que não perco um episodio e por
isso devem calcular a minha excitação quando recebi uma resposta positiva da
autora ao meu pedido de entrevista. Desde já quero agradecer-lhe a
oportunidade, a autora mostrou-se sempre muito disponível e é muito simpática.
Espero sinceramente que gostem e que deixem comentários com a vossa opinião. E
agora fiquem então “Á conversa com…L.J. Smith”:
Lisa
Jane Smith, cujas obras são uma combinação do género de terror, ficção
científica, fantasia e romance, obteve o reconhecimento do público com a série
Crónicas Vampíricas, cujo primeiro volume é Despertar. Publicado nos anos 90 e
convertido numa referência da literatura juvenil de terror, retoma o clássico
tema da luta entre Luz e Sombra, dos seus adorados C. S. Lewis e J. R. R.
Tolkien. Segundo palavras da autora, «queria escrever livros como os deles,
onde o Bem enfrenta o Mal e vence. Queria ser Frodo, morto de medo em Mordor,
consciente de que o Mal que enfrenta é muito maior e mais poderoso do que ele,
e ainda assim é capaz de reunir a coragem necessária para tentar e chegar a ser
um herói. Queria transmitir aos jovens que não devem renunciar à esperança.
in wook.pt
1 – Muitas são as pessoas que a conhecem
pelos seus livros “Diários de Vampiro”, o que nos pode contar acerca de si e da
forma como passa os seus dias?
R:
Gostaria que existissem, pelo menos nos EUA, pessoas que me conhecessem por
outros livros que não fossem os da série “Diários de Vampiro”. Sempre quis ser
escritora e desde criança que “escrevia” histórias e poemas na minha cabeça.
Adorava fantasia e o primeiro livro que publiquei foi iniciado quando estava no
liceu, terminei de o escrever no secundário e foi publicado quando me graduei.
Como os meus pais não acreditavam que poderia viver da escrita, formei-me em
Inglês e Psicologia e ainda fui para a universidade para me tornar professora
de crianças com necessidades especiais. Os meus dois primeiros livros eram de fantasia
pura (dois terços de uma trilogia que planeio acabar, “The Night Of The
Solstice” e “Heart of Valor”), que tiveram óptimas críticas mas que não
venderam muito bem. De qualquer forma, a minha trilogia seguinte, “Os Diários
de Vampiro”, foi um bestseller
imediato e depois de três anos de ensino tornei-me numa escritora a tempo
inteiro.
Os
meus dias? Bem, a escrita domina cada instante. Costumo acordar muitas vezes
com o teclado a fazer de almofada e de seguida faço a minha rotina matinal.
Tomo uma chávena de café ou chá, alimento o meu cão (um labrador amarelo de
três anos chamado Victor) e mesmo antes de saltar para o chuveiro recomeço a
escrever. O meu horário favorito para escrever é de manhã bem cedo: tenho a
minha mente limpa e a minha autocensura está desligada. Escrevo e escrevo e,
muitas vezes, quando dou por mim já passa do meio-dia! Então corro finalmente
para o chuveiro e, caso saia para almoçar com amigos, visto qualquer coisa que
se adeqúe ao tempo. Caso fique por casa, visto roupa confortável e vou passear
com o Victor. Costumo muitas vezes passear sem rumo certo: vou às compras ao
supermercado para comprar alimentos ou compro alguns objectos para a minha casa
nova. Estou a meio de uma mudança, então ultimamente tenho reuniões com
paisagistas, decoradores, empreiteiros, electricistas, etc. Quando volto
finalmente para casa, trato de assuntos como a leitura de emails, assinatura de
novos contractos, pagamento de contas, procuro notícias na internet e por aí
adiante. Só então volto a sentar-me e tento escrever mais um pouco. Se a
inspiração subitamente aparece consigo adiantar bastante trabalho, se isso não
acontece aproveito o tempo para pesquisar para outros livros, conversar com
amigos, escrever artigos, fazer concursos ou outros conteúdos para o meu website, muitas vezes, só pela diversão,
acabo por ler um pouco.
Aproveito
sempre as últimas horas antes do jantar para ligar ao meu pai, à minha irmã, a
outro parente ou a algum amigo mais próximo. Os meus jantares são sempre muito informais,
mas o Victor janta sempre às 6:30 em ponto. Tenho apenas uma televisão em casa
e nunca vejo nada no momento – só algumas coisas especiais que gravei, ou
filmes. Frequentemente, convido alguma amiga para me acompanhar durante os
exercícios de ginástica, ao mesmo tempo que vemos algum filme. Fazer exercícios
enquanto vemos o filme não impede de nos divertirmos bastante.
Finalmente,
à noite, volto para o computador, tento escrever todas as ideias que tive
durante algum “brainstorming” com amigos durante o dia. Depois respondo aos
emails que tinha sinalizado antes e às vezes leio novos. Tento também adiantar
o meu manuscrito actual e muitas vezes só paro quando acabo por adormecer com a
cabeça em cima do teclado.
2 – Como e quando descobriu o seu gosto
pela escrita?
R:
Não o descobri, sempre soube que queria escrever livros. Quando era pequena
pensava que quem me lia um livro também o tinha escrito. Durante os meus anos
de escola escrevi vários poemas e historias e ainda comecei a escrever dois
livros. O primeiro, “The Night of the Solstice” saiu para a aclamação da
crítica quando eu ainda estava na universidade. O outro, ainda com nome
temporário, “The Princess Wanderer”, nunca foi terminado, mas será nos próximos
anos. Este passa-se num universo invertido de conto de fadas, e é a história de
um amor proibido, dos perigos e benefícios de se abandonar o nosso país de
origem.
3 – Foi difícil de escrever o seu
primeiro livro?
R:
Não. O que foi mais difícil, mas incrivelmente valioso, foi editá-lo. A minha
editora queria cortar quase um terço da sua totalidade, embora
tivesse escrito o livro para um público jovem-adulto (12 anos para cima), ela
queria classificá-lo como um livro para pré-adolescentes (dos 8 aos 12 anos).
Trabalhar a minha escrita ensinou-me a ser brutal comigo própria quando
necessário e pegar nas minhas cenas favoritas, cortá-las ao meio, e a apagar
cenas que marcavam um livro direccionado para leitores mais velhos. Ensinou-me
também como disciplinar o meu estilo de escrita para que a maioria dos meus
livros seguintes fossem descritos como “irresistíveis e impossíveis de largar”.
4 – Como costuma pesquisar para os seus
livros?
R:
Agora uso a internet, comparando com a forma como o costumava fazer, a internet
torna tudo muito mais fácil. Para “Diários de Vampiro” li todos os livros de
não-ficção que consegui encontrar, e li também “Drácula”. Lembrem-se que isto
foi em 1990, antes de muitos dos meus leitores terem nascido. Li também livros
não-ficção acerca de bruxas, feitiços e superstições como, por exemplo, o dumb suppers, um ritual pagão
normalmente realizado durante o Samhain, ou leitura de folhas de chá,
quiromancia, magia de amor e por aí adiante. Li acerca dos Druidas e das suas
crenças para que a Bonnie pudesse ser uma especialista sobre o tema. Comprei
também muitos livros de nomes para que nunca me faltassem nomes para uma nova
personagem.
Hoje
é tudo muito diferente. Costumo fazer pesquisa enquanto escrevo usando a
Internet como a minha deusa do conhecimento. Costumo também contratar
tradutores qualificados para me traduzirem alguns termos estrangeiros, e posso
dar-me ao luxo de contratar um investigador para produzir “A Guide to Ireland”
que se foca no tempo do julgamento das Bruxas de Salem para o meu próximo livro
“Eternity”, e “A Guide to Norse Mythology” para outro livro que planeio
escrever, que é a sequela de “The Forbidden Game”.
5 – Ao ler o seu site descobri que a seu
personagem favorita era Damon, por isso peço desculpa pela pergunta lhe vou
fazer. Porque é que sendo o Damon a sua personagem de eleição, escolheu fazer
com que a Elena ficasse com o Stefan no final?
R:
Eu só escrevi a série até ao sétimo livro, “Damon, o regresso: Meia-noite”,
todos os outros foram escritos por outra pessoa depois de, inesperadamente, me
terem retirado os direitos da série. O Damon foi uma personagem muito divertida
de escrever, mas tive de seguir em frente e tenho escrito um novo tipo de
livros, que tenho a maior honra em dizer que foi aceite pela Margaret Ferguson
Books, da Farrar Strauss and Giroux. Neste momento, a minha personagem favorita
é desse livro, “The Last Lullaby”, que é a melancólica cantora de músicas de
embalar Briowy, filha de Branwen.
6 – Como se sentiu quando um escritor
fantasma escreveu a série “Os diários de Stefan”?
R: Da
mesma forma que me senti quando um escritor fantasma me retirou a série “Os
Diários de Vampiro”. Muito triste e, ao mesmo tempo, agradecida para com os
meus fãs que se mantiveram leais, e que me deram um imenso apoio. Neste
momento, apenas sinto tranquilidade. Coloquei esses assuntos e outros episódios
dolorosos para trás das costas e perdoei aqueles que me magoaram.
7 – Tem alguma mensagem especial para os
seus leitores Portugueses?
R:
Sim. Amo-vos a todos. Tenho imensos emails de leitores portugueses que escrevem
num inglês excelente e só queria conseguir falar outra língua da mesma forma
que eles o fazem! Muito obrigada por lerem os meus livros, por se interessarem
pelo que faço diariamente e obrigada por lerem esta entrevista. Todo o meu amor
e beijos para todos vós. Por favor, leiam também as minhas outras trilogias e
séries “Nigh World”, “The Forbidden Game”, “Dark Visions” e o livro que irá
sair brevemente “The Last Lullaby”.
8 – Tem algum conselho especial para
todos aqueles que gostariam de ter uma carreira como autor?
R:
Tenho! Não sei se poderão ir até ao meu website e traduzir o meu artigo “Ten
Quickie Tips” para jovens escritores (em “Burning Fan Questions” na minha
página web), mas o primeiro conselho que dou é escrever todos os dias. É uma boa
ideia escrever todos os dias, à mesma hora – aprendem a criar uma rotina e
descobrirão que as vossas ideias estarão prontas para fluir através dos vossos
dedos para o computador, tentem fazê-lo durante um mês e verão que tenho razão.
Muitas vezes isso acontece em apenas uma semana! Têm de escolher uma altura do
dia que melhor se adapte às vossas necessidades, mesmo que isso signifique
acordar meia hora mais cedo que o normal, e prometo que valerá a pena. Escrevam
também acerca daquilo que conhecem, deixem a história fluir e quanto acabarem
um capítulo ou até mesmo o conto, editem-no. Caso reescrevam a mesma frase três
vezes e mesmo assim continuem a odiá-la, na quarta vez que tentam é porque a
vossa autocensura está acordada e vos diz que são maus escritores. Nunca liguem a essa voz. Trabalhem bastante, façam um
“brainstorm” com os vossos amigos se estão bloqueados numa ideia e continuem
sempre a sonhar.
Ao ler esta entrevista é que me apercebi que nunca li nada desta autora :P
ResponderEliminar