Chegam
às livrarias nacionais, no próximo dia 25 de outubro, livros de Eugénio de
Andrade, Al Berto, Almeida Faria e Sérgio Godinho.
O
início da coleção Obras de Eugénio de Andrade na Assírio é marcado pela
publicação de dois volumes: Primeiros Poemas · As Mãos e os Frutos · Os Amantes
sem Dinheiro e As Palavras Interditas · Até Amanhã, magnificamente prefaciados,
respetivamente, pelos poetas Gastão Cruz e Nuno Júdice. Este são os dois
primeiros títulos da obra canónica de Eugénio de Andrade, tal como a fixou em
vida. Poeta maior do século XX português, para muitos o maior, este projeto
editorial irá repor no mercado, com o maior rigor e dignidade, toda a sua obra.
De
Al Berto chegam-nos os seus Diários. Neste volume são publicados sete diários
inéditos do poeta, escritos entre 1982 e 1997, ano da sua morte. Com
organização a cargo de Golgona Anghel este é um livro fascinante que, mais do
que constituir uma janela para a vida pessoal e íntima do poeta, representa um
testemunho fulgurante sobre a sua escrita e sobre o seu processo criativo.
50
anos após a sua primeira publicação, é também com enorme orgulho que
apresentamos agora Rumor Branco, de Almeida Faria, em edição profundamente
revista. Como diz Pedro Mexia: «Nem gratuito nem ensimesmado, Rumor Branco
desmultiplica-se em perspetivas agudas, do melodrama lisboeta à boémia
parisiense, passando pela militância política ativa e pelo proverbial enfado
dos burgueses cultos; no essencial, a sua visão é feérica, espectral, e em
várias passagens o fio narrativo cede lugar a digressões poéticas soturnas. Portugal
como assombração, como assombro. E uma literatura nova nos escombros de um
mundo antigo».
Nos
próximos dois anos publicaremos ainda, de Almeida Faria, A Paixão, Cortes,
Lusitânia e Cavaleiro Andante.
Finalmente,
é com grande satisfação que apresentamos 60 Canções — Partituras, Letras,
Cifras, de Sérgio Godinho: um livro que não se limita a publicar algumas das
suas melhores letras mas que reproduz também as respetivas músicas, em pautas
cuidadosamente preparadas por João Cabrita e que serão seguramente um excelente
recurso para todos aqueles, iniciantes e iniciados, que as queiram tocar.
Chegam
às livrarias no dia 25 de outubro os primeiros dois volumes da colecção Obras
de Eugénio de Andrade, que marcam a entrada deste poeta maior no catálogo da
Assírio & Alvim. Para assinalar este evento o «Porto de Encontro» promove
uma sessão de homenagem a um dos nomes incontornáveis da poesia portuguesa do
século XX, que se realizará no próximo dia 28 de outubro, às 17 horas, na
Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto.
Durante
uma hora e meia, Ana Maria Moura, Miguel Moura, António Barbedo, Bernardo Pinto
de Almeida e Miguel Veiga vão recordar o percurso de Eugénio de Andrade, autor
de obras marcantes como As Mãos e os Frutos, Os Sulcos da Sede e O Sal da
Língua.
A
11.ª sessão do ciclo literário «Porto de Encontro» contará ainda com a
participação especial dos declamadores Ana Celeste Ferreira e José Carlos
Tinoco.
Esta
iniciativa está também a ser divulgada em:
Título:
Primeiros Poemas · As Mãos e os Frutos · Os Amantes sem Dinheiro
Autor:
Eugénio de Andrade
Páginas:
112
PVP:
12,00 €
Edição: Brochada
Sinopse:
A obra do autor inicia-se em 1942 com Adolescente, livro que acaba por renegar,
tal como Pureza, de 1945. Desses dois livros faz mais tarde uma breve seleção
intitulada Primeiros Poemas, que integra a presente edição.
As
Mãos e os Frutos é publicado em 1948 tendo merecido críticas elogiosas de
Vitorino Nemésio, Jorge de Sena e Eduardo Lourenço, entre outros. Dois anos
mais tarde, Eugénio publica Os Amantes sem Dinheiro, um livro notável e central
na sua obra poética.
Nos
teus dedos nasceram horizontes
e aves
verdes vieram desvairadas
beber
neles julgando serem fontes.
«A
poesia de Eugénio de Andrade criou, para dele falar, uma linguagem que é,
simultaneamente, simples e espessa, eufórica e trágica, direta e metafórica. A
sábia dosagem destes elementos afastou-a completamente dos perigos de uma
aproximação excessiva do real prosaico e vulgar que tem inquinado tanta
pretensa poesia, dita do quotidiano e “da experiência”, e avessa à metáfora.»
Gastão Cruz
Título:
As Palavras Interditas · Até Amanhã
Autor:
Eugénio de Andrade
Páginas:
72
PVP:
10€
Edição: Brochada
Sinopse:
O presente volume prossegue a publicação da obra canónica de Eugénio de
Andrade, tal como o poeta a estabeleceu em vida. Integra os livros As Palavras
Interditas, publicado pela primeira vez em 1951, e Até Amanhã, de 1956.
«As
Palavras Interditas e Até Amanhã são livros em que se encontra, praticamente em
cada poema, aquilo que fez, e faz, de Eugénio de Andrade o mais luminoso e
claro dos nossos poetas do século XX.»
Nuno Júdice
Autor:
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de
1923 no Fundão. Em 1947 ingressou na função pública, como funcionário dos
Serviços Médico-Sociais, e em 1950 fixou residência no Porto. Manteve sempre
uma postura de independência relativamente aos vários movimentos literários com
que a sua obra coexistiu ao longo de mais de cinquenta anos de actividade
poética.
Revelou-se
em 1948, com As Mãos e os Frutos, a que se seguiria, em 1950, Os Amantes sem
Dinheiro. Os seus livros foram traduzidos em muitos países e ao longo da sua
vida foi distinguido com inúmeros prémios, entre eles o Prémio Camões, em 2001.
Título:
Diários
Autor:
Al Berto
Organização:
Golgona Anghel
Páginas:
592
PVP:
22€
Edição: Brochada
Sinopse:
Embora não haja uma organização definida pelo autor, nem indicações quanto à
edição dos diários, Al Berto alimentava o corpo dos cadernos com notas e
esboços, acreditando, por vezes, que esse devir-obra da sua própria vida
pudesse ganhar uma dimensão diferente, uma outra força, outra leitura se
ponderasse a sua publicação.
Decidimos
agora, de acordo com a vontade dos herdeiros legais e, ao mesmo tempo, fazendo
eco do desejo de Al Berto, tornar públicos estes documentos privados. Nestes
Diários sobressai o registo diário de algo que servia para um uso pessoal e
íntimo. Estamos perante um corpus que se expõe a si mesmo, que se dá no ritmo
efervescente da criação mas também na sua fragilidade, na dúvida.
«Preciso
com a máxima urgência de escrever, sobretudo não parar de escrever, não para
substituir o livro que me escapa, que se desligou de mim, mas porque me é
impossível não criar, não escrever, ou ficar siderado perante o vazio que o
livro deixou. Não acredito no génio, acredito, sim, na necessidade, na
urgência, na ânsia de me manter por um fio entre a queda final e o precário
equilíbrio das palavras.» Al Berto
Autor:
Alberto Raposo Pidwell Tavares nasceu a 11 de Janeiro de 1948, em Coimbra, e
faleceu a 13 de Junho de 1997, em Lisboa. Tendo vivido até à adolescência em
Sines, exilou-se, entre 1967 e 1975, em Bruxelas, dedicando-se, entre outras
actividades, ao estudo de Belas-Artes. Embora tenha inicialmente seguido uma
estética surrealizante de temática erótica, em O Anjo Mudo (1993) funde prosa e
poesia, exprime intertextualidades, numa viagem marginal e purificadora. A sua
obra poética encontra-se coligida em O Medo, edição Assírio & Alvim.
Título:
Rumor Branco
Autor:
Almeida Faria
Páginas:
160
PVP:
12, 90€
Edição: Brochada
Lançamento:
Fnac do Chiado 8 de novembro pelas 19h00
Sinopse:
«Mais «romance novo» do que nouveau roman, Rumor Branco é uma representação do
mundo português de 1962 enquanto náusea. E no entanto, a polémica que à época
identificou Almeida Faria como delfim do
“existencialismo” (em resposta ao astuto prefácio de Vergílio Ferreira),
agitou o vão fantasma das “angústias metafísicas” onde havia, na verdade, um
novíssimo e torturado realismo, uma denúncia de um quotidiano opressivo,
repugnante.
Mas
é a linguagem, antes de mais, que se revolta: a fragmentação, a pontuação
escassa, a sintaxe ousada, uma partitura dissonante e ofegante de provérbios,
palavras de ordem, neologismos, clichés. Uma música pós-musical, como a de
Stockhausen, a que o título alude. Na década mais moderna do romance português,
o jovem escritor de dezanove anos recusava uma ficção didática, previsível e de
fundo otimista. Eduardo Lourenço chamou-lhe uma “literatura desenvolta”, que
vale tanto pelo que consegue como por aquilo que recusa. Nem gratuito nem
ensimesmado, Rumor Branco desmultiplica-se em perspetivas agudas, do melodrama lisboeta à boémia parisiense,
passando pela militância política ativa e pelo proverbial enfado dos burgueses
cultos; no essencial, a sua visão é feérica, espectral, e em várias passagens o
fio narrativo cede lugar a digressões poéticas soturnas. Portugal como
assombração, como assombro. E uma literatura nova nos escombros de um mundo
antigo.» Pedro Mexia
Autor:
Nasceu em 1943. Aos dezanove anos publicou o seu primeiro e premiado romance, Rumor
Branco. Além de romancista, é autor de ensaios, contos, teatro. Mais
recentemente publicou, a partir de um conto seu, o libreto para a cantata de
Luís Tinoco Os Passeios do Sonhador Solitário; e O Murmúrio do Mundo, relato
ensaístico de uma viagem à Índia. Os seus romances receberam diversos prémios,
estão traduzidos em muitas línguas, são estudados nos mais variados países e
sobre eles há livros e teses universitárias. Fez numerosas conferências em
universidades europeias, norte-americanas e brasileiras e tem artigos
publicados em português, espanhol, francês, italiano, neerlandês, alemão,
dinamarquês e sueco. Ao conjunto da sua obra foi atribuído o Prémio Vergílio
Ferreira da Universidade de Évora e o Prémio Universidade de Coimbra.
Título:
60 Canções
Autor:
Sérgio Godinho
Páginas:
248
PVP:
19 €
Edição: Brochada
Lançamento:
El Corte Ingles 7 de novembro pelas 18h30
Sinopse:
«Foi há tantos anos que ainda me lembro: adolescente, eram livros como este que
me levaram a experimentar as primeiras (e rudimentares) formas de escrita; e,
desde aí, nunca me têm largado. Ou seja, tenho-os à mão e eles têm-me à perna.
O
acesso prático aos mecanismos que outros usaram para criar (ou criaram para
usar…) nunca deixou de me trazer luzes e dicas importantes, neste ofício
intermitente da feitura de canções.
Imitamos,
transformamos, inventamos, emperramos e solucionamos, mas nunca a partir do
nada – há sempre, num ponto de partida, de percurso ou de chegada, o que nos
foi sugerido por outros saberes.
Com
livro ou sem livro. Mas é destes manuais que falamos: sabemos como em Portugal,
são ainda, infelizmente, aves raras. Começam agora algumas a pousar, e serão
cada vez mais bem-vindas.
Que
prenda para todos os que praticam estas coisas, ter um dia acesso a toda a
música portuguesa (enfim, não exageremos…) neste formato, ou formatos afins.
Estatisticamente, o meu contributo passaria a ser muito menor, e eu com isso no
maior contentamento.» Sérgio Godinho
«Ninguém
escreve canções como estas em português de Portugal. Em grande medida porque
ninguém escreve textos tão trabalhados. Sérgio Godinho usa o verso longo e
curto, cultiva referências cultas ou populistas, faz jogo com o gozo da rima. É
essa oficina que garante graça e acutilância às canções.» Pedro Mexia, in
Público
Autor:
Sérgio Godinho nasceu no Porto, em 1945. Partiu de Portugal com 20 anos,
recusando participar na guerra colonial. «Os Sobreviventes», o seu primeiro LP,
foi gravado em França em 1971. Também no exílio grava o álbum «Pré-Histórias».
Regressa a Portugal após o 25 de Abril, sendo o autor de muitas das canções
mais aclamadas no panorama musical português. Publicou na Assírio & Alvim o
livro de poesia O Sangue por um Fio e o livro infantil O Pequeno Livro dos
Medos.
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