Título:
As minhas lembranças observam-me – seguido de Primeiros Poemas
Autor:
Tomas Tranströmer
Tradutor:
Ana Diniz e Alexandre Pastor (poemas)
Págs.:
104
PVP:
€ 13,30
Capa:
Integral com fitilho
O
único livro em prosa do Nobel 2011 Memórias de Tomas Tranströmer chegam às
livrarias no dia 20 de Setembro. As minhas lembranças observam-me é o livro de
memórias do poeta galardoado com o Prémio Nobel da Literatura 2011, Tomas Tranströmer.
A edição cuidada da Sextante Editora, que é publicada no dia 20 de setembro,
tem um posfácio do crítico e também poeta Pedro Mexia e inclui dez poemas
inéditos e várias fotografias do autor e dos seus manuscritos.
Nesta
obra, a única em prosa, Tranströmer narra a sua infância e adolescência na
Suécia, seus hábitos e educação, e como descobriu a poesia. Trata-se de um
livro indispensável para quem quiser conhecer melhor um dos poetas mais
importantes do nosso tempo.
O
LIVRO
«A
minha vida.» Quando penso estas palavras, vejo diante de mim um rasto de luz.
Observando melhor, a luz tem a forma de um cometa, com uma cabeça e uma cauda.
A extremidade mais luminosa, a cabeça, é a infância e a idade do crescimento. O
núcleo, a parte mais densa, é a primeira infância, quando são determinados os
traços principais da nossa vida. Tento recordar-me, tento chegar lá. Mas é
difícil movimentarmo-nos nessas regiões muito condensadas, e perigoso, tenho a
sensação de que chegaria muito próximo da morte. Mais adiante, o cometa
dilui-se: é a parte mais comprida, a cauda. Torna-se cada vez menos denso, mas
também mais largo. Encontro-me agora num ponto muito avançado da cauda do
cometa; tenho sessenta anos no momento em que escrevo estas linhas.
O
AUTOR
Nascido
em Estocolmo em 1931, Tomas Tranströmer estudou Poesia e Psicologia na
Universidade de Estocolmo e, a par do seu trabalho como psicólogo com
toxicodepentes e jovens delinquentes, construiu uma fulgurante carreira como
poeta, várias vezes premiada e com livros publicados em mais de 60 línguas. Em
2011 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura. Hemiplégico e afásico
devido a um AVC sofrido anos antes, Tranströmer agradeceu a distinção tocando
piano. Vive atualmente na sua cidade natal com a mulher, Monica.
POEMA
este
agora
eleva-se
como fumo quente em ar frio
este
sereno agora
o
cão abandonou o seu latido
a
lebre abandonou a sua angústia
a
flauta abandonou a boca humana
e
toca sozinha
neste
pobre e belo agora que luta
contra
a armada dos segundos
e se
afoga num redemoinho
embora
me vá sobreviver
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