O fim-de-semana
chegou e com ele veio mais frio e também uma nova entrevista.
Esta
senhora, para mim, dispensa apresentações. Passei a minha adolescência a ler os
seus livros, lançados pela editora Harlequin. Estou a falar de Sandra Marton,
que acredito que muitos conhecem. Espero que gostem da entrevista e desde já
queria agradecer à Sandra Marton pela sua incrível simpatia e disponibilidade
para esta entrevista. Quero também fazer notar que a pergunta 11 foi respondida
em português pela autora, algo que achei deveras notável.
De
seguida deixo-vos, tal como é normal os dados biográficos da autora e logo
depois a entrevista. Os dados biográficos foram retirados do site
HarlquinPortugal.com. Espero que gostem.
“Sandra
Marton escreveu o seu primeiro romance quando ainda andava na escola. Os seus
pais disseram-lhe que um dia seria escritora e ela acreditou. No liceu e na
universidade, escreveu poesia e apenas o seu namorado a apoiou. Casou-se, teve
filhos e dedicou o seu tempo livre a escrever histórias sombrias. Contudo,
nessa altura, nem sequer o seu marido a entendeu.
Nessa
altura, Sandra decidiu escrever sobre gente real, embora, na verdade, os seus
personagens transcendam o real, sendo isso o que mais agrada aos seus leitores
de todo o mundo. Escreveu o seu primeiro romance e vendeu-o à Harlequin. Desde
então escreveu mais de sessenta livros e todos eles dão vida a protagonistas
sexys e muito bonitos. Foi nomeada quatro vezes para os prémios RITA (Romance
Writers of America) e também recebeu diversos prémios da revista Romantic
Times. Sandra vive com o seu próprio protagonista sexy e muito bonito numa casa
solarenga no campo do noroeste dos Estados Unidos.”
1 –
Muitos de nós já conhecemos a autora Sandra Marton através dos livros
publicados pela Harlequin, mas o que nos pode contar acerca de si como pessoa?
R:
Eu nasci e cresci em Nova Iorque. Adoro a energia e a excitação de Manhattan,
mas o meu coração sempre esteve no campo, e é onde eu e o meu marido vivemos
nos dias de hoje. A nossa casa situasse uma colina. Há uma bonita floresta por trás
de nós e temos vários animais a visitar o nosso quintal, incluindo um veado que
costuma comer as flores do nosso jardim. Gostamos muito de viajar, e fazemo-lo
sempre que conseguimos encontrar tempo disponível. Gosto também de cozinhar,
mas acabo por não ter muito tempo para o fazer quando estou a escrever um livro
- e eu estou sempre a escrever um livro! Então é quando saímos para jantar fora
ou contamos com os jantares congelados, take-out de comida chinesa ou pizza.
2 –
Como e quando descobriu o seu gosto pela escrita?
R:
Não me lembro de nenhum momento em que não gostava de escrever. Depois de a
minha mãe morrer, tive que rever alguns dos seus papéis e encontrei poemas e histórias
de quando eu era pequena, incluindo uma história que escrevi quando tinha sete
anos. Era um conto de um rapaz rico que se apaixona por uma rapariga pobre.
Acho que podem dizer que fui uma escritora de romances durante toda a minha
vida.
3 –
Foi difícil de escrever o seu primeiro livro?
R:
Foi muito difícil. Eu formei-me na universidade com uma licenciatura em Escrita
Criativa e escrevi várias pequenas histórias, poemas e peças para as cadeiras
do curso, mas estranhamente nunca escrevi uma novela. Não realmente não sabia
por onde havia de começar a minha história, demorou ainda mais um pouco para
descobrir tudo o resto.
4 –
Foi difícil de começar a publicar os seus manuscritos?
R:
Oh, sim! Enviei uma carta de apresentação, a sinopse do meu livro e o primeiro
capitulo para muitas, muitas editoras de romances. Algumas nem responderam,
outras responderam e disseram que gostaram do que eu tinha enviado, mas ninguém
pediu para ver mais. A única editora para a qual não enviei foi a Harlequin.
Nunca pensei que uma empresa tão grande pudesse estar interessada numa nova
autora. Então, depois de mais outra recusa desse primeiro livro (que tinha
jurado que seria a ultima), deitei o manuscrito para o caixote do lixo. O meu
marido viu e perguntou-me a razão pela qual tinha feito aquilo, eu disse-lhe
que tinha sido rejeitada por todas as editoras, com a excepção da Harlequin, e
que por isso nem sequer havia razão para o enviar para eles. Felizmente para
mim, ele não concordou. Pegou no manuscrito, dirigiu-se para a estação dos
correios mais próxima e enviou-o para a Harlequin. Duas semanas mais tarde um
editor ligou-me e disse que gostaria de ver o resto do livro. Esse foi o início
da minha carreira.
5 –
Em que se baseia na criação das suas personagens e sítios onde se passam as
historias?
R:
Eu primeiro crio o herói. Os meus livros são mais acerca dele do que da
heroína. Ele é o centro, o coração, o núcleo da minha história e muito antes de
começar a escrever já o conheço muito bem. Sei tudo acerca da sua infância, a
sua educação, amigos, sucessos e falhas. Sei o que lhe ele mais gosta e o que
detesta. Sei que há algo nele que precisa do amor de determinada mulher e então
crio essa mulher. Ele tem de ser alguém que o desafie, porque os meus heróis
são sempre fortes, poderosos e Homens Alpha que precisam de quem os desafie.
Assim que visualizo os meus personagens, eu sei que tipo de ambiente eles vão
precisar, quer seja uma cidade sofisticada ou um enorme rancho.
6 –
Será que nos pode contar como planeia o seu dia? Tem algum ritual específico
que a ajude a concentrar antes de começar a escrever?
R: O
meu dia começa as 7:30 da manha e sempre com uma grande chávena de café forte.
O meu marido e eu conversamos um pouco enquanto bebemos o café e sou capaz de
ler um capítulo do livro que estiver no meu Kindle ou talvez ligo a TV para ver
as notícias da manhã. O meu escritório é em casa e normalmente estou em frente
ao computador por volta das nove horas. Consulto o meu email, navego um pouco
na internet, admito que adoro fazer compras online, especialmente sapatos.
Começo então a trabalhar, sempre lendo o que escrevi no dia anterior. Faço uma
pequena pausa por volta do meio-dia para almoçar e de seguida volto para o
trabalho até as seis da tarde, quando eu e o meu marido aproveitamos para relaxar
e beber um copo de vinho. Dependendo do tempo, fazemo-lo no pátio ou
sentamo-nos em frente à nossa enorme lareira.
7 – Tenho
de confessar que os meus livros favoritos pertencem à série “Os Baron” (tenho
todos os livros). Nas suas palavras, pode falar-nos um pouco acerca da serie,
como a criou e escolheu o destino dos membros daquela família?
R:
Isso é maravilhoso, Ana! A série “Os Baron” continua também a ser a minha
favorita. Comecei com a ideia de um pai poderoso, Jonas Baron e os seus filhos,
que não queriam seguir as suas pisadas. Assim que comecei a escrever os
primeiros livros os outros membros da família começaram a ser tão reais para
mim que não consegui imaginar-me a não escrever as suas histórias. Cada personagem
tornou-se real na minha imaginação. Cada um contou-me as suas histórias. Eu sei
que pode parecer esquisito, mas não sei explica-lo de outra forma. A verdade é
que foi muito difícil para mim deixar os Baron. Eu adorava-os a todos, muitas
vezes ainda penso em contar talvez a história do Jonas, em particular.
Actualmente, alguns fans ainda me escrevem a dizer-me que querem saber mais
acerca da sua juventude e da mulher que ele amou. Talvez um dia…
8 –
Quando escreveu a série “Sheikh Tycoons” fez alguma pesquisa acerca da cultura
muçulmana ou simplesmente começou a escrever e deixar a sua imaginação voar?
R:
Eu fiz muita pesquisa! Sempre o faço antes de cada livro, mas escrever acerca
de Xeques requer uma atenção especial. Li bastante sobre o assunto,
especialmente online; Li muitos blogues e visitei muitos sítios online através de
fotos e vídeos. Mais recentemente, durante uma viagem Turquia, falei com
algumas mulheres muçulmanas. Elas deram-me muitos pontos de vista, mas sou principalmente
uma escritora, por isso sou sempre cuidadosa ao criar uma história ficcional
para os meus xeques para que seja livre de criar o tipo de cultura que pretendo
para a minha história. Eventualmente, depois de tudo isso, sento-me à frente do
computador e, tal como foi mencionado deixo a minha imaginação voar.
9 –
Se tivesse que escolher, de todas as series que já escreveu, qual foi a mais difícil
de escrever?
R:
Provavelmente seria a mais recente. É sobre a família Wilde. O pai é um General
de quatro estrelas. Há três filhos: Jacob, Caleb e Travis, e os irmãos têm três
irmãs por afinidade: Emily Lissa e Jaimie. Porque foi difícil de escrever?
Porque os primeiros três foram escritos para a minha editora de longa data
Harlequin Presents, Harlequin Bianca, no Brasil; Mas vou escrever os livros
acerca das irmãs para o independente e incrível mercado dos e-books. Estou muito
excitada com isso, penso que os e-books são o futuro para os leitores e
escritores, e espero que os livros das irmãs deixem os leitores satisfeitos.
Como podem imaginas, não vai ser fácil fazer com que os meus leitores saibam
que os irmãos Wilde serão publicados pela Harlequin e que a irmãs serão
publicadas por mim. Eu irei manter a informação actualizada no meu site http://www.sandramarton.com
e se os leitores forem lá, podem assinar a minha newsletter e descobrir mais
acerca desta minha nova jornada.
10 –
Será que nos pode contar algo acerca dos seus projectos mais recentes?
R:
Muito obrigada por perguntar, Ana. Como disse antes, irei começar a escrever os
meus livros para download para plataformas como Kindle, Nook, i-Phone, i-Pad e também
para os computadores dos meus fans. De facto, já tenho alguns livros disponíveis
nesses sítios. Na sua maioria são livros da Presents/Bianca do início da minha
carreira, costumo chama-los de “Os Clássicos da Sandra”. Outros dois são
novelas um pouco mais longas, “Until You” e “Charon’s Crossing”. São ambos
romances apaixonantes e sensuais com um toque se suspense. “Charon’s Crossing”
tem até um lindo e sensual fantasma! Eu adorava que estes livros fossem
traduzidos para português, mas ainda não houve oportunidade. De qualquer forma,
qualquer um dos meus leitores que leiam em inglês podem apreciá-los e neste
momento “Until You” é absolutamente grátis para Kindle e podem comprar “Charon’s
Crossing” a um preço razoável.
11 –
Tem alguma mensagem especial para os seus leitores Portugueses?
R: “Eu
amo-o todos, e obrigado para ler meus livros!”
12 –
Tem algum conselho para aqueles que querem seguir uma carreira como autores?
R:
Leiam, leiam, leiam! Leiam os vossos autores favoritos, não apenas romances,
mas em todos os géneros. Podem sempre aprender algo novo com bons escritores. E
escrevam, escrevam, escrevam. Escrever é como tocar piano, quanto mais
praticarem, melhor se tornam. Tentem manter um diário ou então tirem notas de
quase tudo que vos emocione: um lindo pôr-do-sol, um casal a andar de mãos dadas
na praia, um casal a ter uma discussão num restaurante. Observem as pessoas,
vejam como homem e mulheres interagem entre si. Ser autor é aprender a ver o
que os outros não vêm, então aprendam a escrever acerca do que conseguem ver de
maneira a interessar aos leitores. É um trabalho duro, mas que merece a pena.
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