Paulo
José Miranda
Sinopse:
Paulo José Miranda, o primeiro poeta e escritor a receber o prémio literário
José Saramago, regressa com "Filhas", uma profunda reflexão acerca do
sexo e da arte do romance e um sublime hino à Mulher, à Palavra e à História
que une Portugal e o Brasil.
Memórias
e segredos num ziguezague que intercala o romance histórico e o presente, como
o tempo de um jogo de futebol.
1746.
O rei D. João V anuncia aos habitantes das ilhas dos Açores que a Coroa concede
benefícios a quem decidir emigrar para o litoral sul do Brasil.
Ao
embarcar nesta aventura, João Cabral cruza-se com Maria de Fátima, uma mulher
fascinante e invulgarmente emancipada para época.
Desta
união nasce uma descendência que marcará a saga da família Oliveira Cabral e a
origem da colonização do Sul do Brasil, Florianópolis, antiga Ilha do Desterro.
Paulo
José Miranda conduz-nos pela intimidade desta família através de uma empolgante
viagem pelos laços que unem pai e filhas, Portugal e o Brasil.
Opinião:
Um livro que nos coloca uma perspectiva interessante na relação entre pais, filhas
e hereditariedade. Esta história encontra-se dividida em duas fases, passado e
presente, em que o presente se passa durante os noventa minutos de um jogo de
futebol e o passado nas três primeiras gerações da família Cabral.
Confesso
que fiquei muito fascinada com toda a história passada no séc. XVIII, o fenómeno
da imigração dos portugueses para as terras brasileiras sempre foi um assunto
que me despertou a atenção, juntando a isso o romance entre João Cabral e Maria
de Fátima tornou-se numa receita um pouco difícil de deixar de lado. Mas como
em tudo na vida, nada é perfeito e apesar da miragem de perfeição, toda essa
alegria se torna em tragedia. A partir da morte da matriarca da família Cabral,
toda a família se vê vítima de sentimentos de ódio, guerra e inúmeras tragedias
se vão passando ao longo dos anos e que apenas acalmam com a volta da família a
Portugal.
Em relação
ao presente, confesso que acabou por ser lido um pouco na diagonal. Tudo é
contado de forma bastante confusa e o tema começa a ser muito repetitivo logo o
partir das primeiras páginas. Já no final do livro passado e presente juntam-se,
contando-nos a razão de Artur ter voltado ao Brasil.
Apesar
disso, é um livro marcante, que recomendo a todos os amantes de Historia e a
todos os pais e filhas deste nosso país.
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