Poesia
de Daniel Faria, com poemas inéditos, o regresso de Armando Silva Carvalho em
De Amore e os Trabalhos e Paixões de Benito Prada, de Fernando Assis Pacheco
Dando
corpo ao seu empenho em promover e divulgar a melhor literatura nacional, a
Assírio & Alvim apresenta mais três livros marcantes, já disponíveis nas
livrarias.
Apesar
do seu desaparecimento prematuro, Daniel Faria deixou uma marca indelével na
poesia portuguesa do século xx, conquistando inúmeros leitores. A sua Poesia
regressa agora aos escaparates com treze poemas inéditos, em edição
encadernada.
Armando
Silva Carvalho surpreende-nos mais uma vez com De Amore, um livro de grande beleza e especial fulgor poético onde o amor,
a perda, a paixão, a humanidade e o rumor do mundo assumem um lugar central.
Finalmente,
a publicação da Obra de Fernando Assis Pacheco no catálogo da Assírio &
Alvim prossegue a bom ritmo com a edição do admirável Trabalhos e Paixões de
Benito Prada.
Para
terminar, merece destaque o trabalho em curso no sentido de se reeditarem
diversos livros há muito esgotados. Já nas livrarias voltam a estar as Quadras
de Fernando Pessoa, as Viagens de Marco Polo, as Parábolas e Fragmentos de
Franz Kafka e O Jogo das Nuvens de Goethe.
Titulo:
Poesia
Autor:
Daniel Faria
N.
Paginas: 464
PVP:
22,00 €
Edição
revista com treze poemas inéditos
O
presente volume reúne toda a poesia de Daniel Faria e dá a conhecer treze
poemas inéditos. A edição é de Vera Vouga, professora do poeta que acompanhou
os seus primeiros passos literários. Este livro é recomendado pelo Plano
Nacional de Leitura: Ensino Secundário — sugestões para leitura autónoma.
Trago
os instrumentos do fogo
Ponho-os
na boca
Ponho-os
no coração
Trago
os instrumentos da respiração
—
Uma montanha, uma árvore que lhe dá abrigo —
E
suspendo-os nos ramos como pinhas que dão sombra
Um
lugar fresco para os deportados de Sião nas margens
Trouxe
também os instrumentos dos mineiros
Uma
luz na cabeça voltada para o pensamento
Um
olhar profundo
O
modo prisioneiro de virem livremente para fora
E
trago todos os instrumentos na circulação do sangue e na ocupação permanente
Das
mãos
Para
o instrumento difícil
Do
silêncio
Autor:
Daniel Faria nasceu em Baltar, Paredes, em 1971. Frequentou o curso de Teologia
na Universidade Católica Portuguesa, no Porto, obtendo a licenciatura em 1996.
O gosto pela poesia e pela expressão poética levou-o a obter uma segunda
licenciatura, em Estudos Portugueses, na Faculdade de Letras da Universidade do
Porto. Faleceu em 1999, com apenas 33 anos, quando estava prestes a concluir o
noviciado no Mosteiro Beneditino de Singeverga. Deixou-nos, apesar do seu
desaparecimento prematuro, um notável legado poético.
Titulo:
De Amore
Autor:
Armando Silva Carvalho
N.
Paginas: 80
PVP:
10,00 €
O
novo livro de Armando Silva Carvalho
Depois
do brilhante Anthero, Areia & Água, distinguido com o Prémio de Poesia
Teixeira de Pascoaes 2010, surge agora De Amore. Sobre o autor escreveu António
Carlos Cortez no Jornal de Letras: «Armando Silva Carvalho é uma das vozes
poéticas mais impressionantes da atualidade […].». A capa é da pintora Ilda
David’. Dado que tudo se chama dia e noite, é por aí que devemos começar,
escreveu Agustina.
O
que fica aqui dos amorosos, lembrados ou surgidos no discursar do invento, será
sempre a imagem dos dois lados inseparáveis, ignotos. Mas persistem os
pensamentos deliberadamente angustiados — para que não morra o espírito por
falta de bulha e desespero — disse ainda a grande senhora do Norte.
Autor:
Armando Silva Carvalho nasceu em Olho Marinho (Óbidos), em 1938. Licenciado em Direito
pela Universidade de Lisboa, exerceu advocacia por pouco tempo, optando pelo jornalismo,
ensino secundário, publicidade e tradução. Revelou-se como poeta em 1965 com
Lírica Consumível, que ganhou o Prémio de Revelação da APE. Publicou a seguir
em poesia O Comércio dos Nervos (1968), Os Ovos d’Oiro (1969), Antologia
Poética (1976), Eu Era desta Areia (1977), Armas Brancas (1977), Técnicas de
Engate (1979), Sentimento dum Acidental (1981), Alexandre Bissexto (1983),
Canis Dei (1995), Prémio Pen Clube ex-aequo, Obra Poética (1998), Lisboas
(2000), Prémio Luís Miguel Nava, Três Vezes Deus (em colaboração com Ana
Marques Gastão e António Rego Chaves) (2001), Sol a Sol (2005), O Que Foi
Passado a Limpo (obra poética) (2007), O Amante Japonês (2008), Grande Prémio
de Poesia APE/CTT, Anthero, Areia & Água (2010), Prémio de Poesia Teixeira
de Pascoaes 2010, De Amore (2012). Em prosa: O Alicate (1972), O Uso e o Abuso
(1976), Portuguex (1977), A Vingança de Maria de Noronha, menção honrosa do
Prémio Cidade de Lisboa, Em Nome da Mãe (1994), O Homem que Sabia a Mar (2001),
Prémio Fernando Namora, O Menino ao Colo. Momentos, Falas, Lugares do Sublime
Santo António (2003), Elena e as Mãos dos Homens (2004), O Livro do Meio (com
Maria Velho da Costa — 2006).
Titulo:
Trabalhos e Paixões de Benito Prada
Autor:
Fernando Assis Pacheco
N.
Paginas: 240
PVP:
14,00 €
O
grande romance de Fernando Assis Pacheco na Assírio & Alvim
Benito
Prada vem para Portugal ganhar a vida, deixando para trás os seus trabalhos e
paixões: a casa pobre, o pai afiador, as poucas letras aprendidas na Meiga de
Ventosela. Sendo uma obra de ficção não
deixa de abordar acontecimentos históricos da primeira metade do século xx,
como a visita de Franco à Universidade de Coimbra para receber o título de
doutor honoris causa em Direito. Um livro vibrante com capa da artista plástica
Bárbara Assis Pacheco
Os
«sórdidos galegos, duro bando», de que falava Camões, encontraram o cronista
ideal. Torcato Sepúlveda Afiador de vidas. Rogério Rodrigues
Num
tempo de romances pálidos, anémicos, o romance de Assis Pacheco é uma labareda,
saga ardente, acelera o coração, dá um nó nas tripas do leitor. Bem haja!, como
dizem os de Coimbra.
Autor:
Nasceu em 1937 em Lisboa. Em discurso direto: «Sou o Fernando Assis Pacheco, 41 anos,
um pasmado sem cura. Tudo me espanta, gramo a vida, quero morrer mais lá para o
Verão». Às perguntas «Consideras-te deprimido, introvertido, extrovertido, calmo,
fogoso?
A
que signo pertences? Dás-lhes importância? », Assis responde: «A partir do fim:
sou Aquário, mas não ligo peva. Sou todos os adjectivos da pergunta, mas também
sou inteligente, esquizóide, reinadio, arrebatado, ponderado e extravagante,
embora à vez, para não chatear o indígena». Morreu em 1995, aos 58 anos, à
porta da livraria Bucholz.
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