Sinopse: Alessandra Cecchi tem quase quinze anos quando o
pai, um próspero mercador de tecidos, contrata um jovem pintor para pintar um
fresco na capela do palazzo da família. Alessandra é uma filha da Renascença,
tem uma mente precoce e um temperamento artístico… e rapidamente fica inebriada
pelo génio do pintor.
Muitos anos depois, a irmã Lucrezia morre no
convento onde passou grande parte da sua vida. Perplexas, as outras freiras
observam a estranha serpente tatuada no seu corpo.
É que, antes de entrar para o convento, a irmã
Lucrezia era Alessandra. Jovem, bela e inteligente, ela viveu o esplendor e
luxo da Florença renascentista, conviveu com os ricos e poderosos, criou, amou,
transgrediu... Como foi ela parar àquele convento? O que significa a tatuagem
na sua pele? Quais foram afinal as causas da sua morte?
Romance de amor, mistério e arte, O Nascimento de
Vénus dá-nos a conhecer um irreverente elenco de mulheres inesquecíveis, que
nos abrem as portas da Florença renascentista, um dos mais formidáveis centros
de cultura e arte da história da humanidade.
Opinião:
Há algum tempo que sentia alguma curiosidade sobre este livro, a certa altura deixei
de contar as vezes que peguei nele na livraria, havia sempre uma razão para não
o comprar. Que tola fui! Assim que finalmente tive a chance de o ler acabei por
devorar cada página com um apetite louco de conhecimento pelo que ia
acontecendo. Ao início, perante algumas descrições dei por mim a saltitar entre
essas páginas, mas de repente comecei a aperceber-me de tudo aquilo que perdia por
o fazer, todo o conhecimento acerca do período renascentista de uma das mais
esplendorosas cidades italianas está tão bem retratado que acaba por ser um terrível
crime deixar para trás esses conteúdos. No inicio da historia deparamos com a
morte de uma misteriosa freira, a irmã Lucrezia e consequentemente com a
descoberta da tatuagem que tinha no seu corpo de uma serpente. É assim que a vontade
por saber mais começa…quem era a irmã Lucrezia? O que lhe tinha acontecido? Porque
estava a viver naquele convento? Todas essas perguntas serão respondidas ao longo
das páginas seguintes, iremos conhecer Alessandra Cecchi, uma menina de quinze
anos, apaixonada pela arte, mas “presa” numa época em que as mulheres eram
mantidas em casa e controladas pelos seus pais ou maridos. Mas para Alessandra
foi diferente, toda a sua vida é retratada de uma forma livre devido a vários
acontecimentos que vão marcando a sua personalidade. Podemos ver o crescimento
desta personagem de menina de quinze anos, doce, inocente e teimosa, para a
mulher que teve de crescer depressa para fazer face aos problemas que vivia na
sua própria casa. Este livro mostra-nos também os vícios praticados em pleno séc.
XV e a forma como a igreja determinava as leis pelas quais a sociedade se
regia. Apesar da parte ficcional da obra, podemos aprender bastante acerca
deste mesmo período, em como a arte era importante para muitas pessoas e como
marcava as suas vidas. Tudo era vivido de forma efémera, mas intensa. Podemos
ver a miséria pela qual a maioria das pessoas passava e também o fausto no qual
muitos também viviam. Era uma sociedade marcada de aparências, com muitos
segredos mantidos entre quatro paredes.
Este
livro faz parte de uma trilogia sobre o período Renascentista, este é o segundo
volume. Confesso que não li o primeiro, “Corações Sagrados”, mas fiquei curiosa
acerca da história que tem para nos contar, sobre o terceiro e ultimo volume
espero que também seja publicado em breve.
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